05 abril 2012

Luz para as Nações

Aos irmãos e Irmãs em Cristo da Paróquia Nossa Senhora da Glória,
Paz e Bem!

"O caráter sacramental da ordem chancela da parte de Deus num pacto eterno o seu amor de predileção, que exige em troca, da criatura escolhida, a santificação... O clérigo deve ser tido como um eleito entre o povo, cumulado dos dons sobrenaturais e participante do poder divino, numa palavra, um 'outro Cristo'... Já não pertence a si, nem aos parentes e amigos, nem mesmo à sua pátria. Deve consumi-lo um amor universal. Mais ainda, a caridade universal será o seu respiro, os seus pensamentos, a vontade, os sentimentos deixam de ser seus, para serem de Cristo, que é a sua vida". (CARTA ENCÍCLICA SACERDOTII NOSTRI  PRIMORDIA DO SUMO PONTÍFICE PAPA JOÃO XXIII, N. 6)
É nesse espírito de universalidade da Igreja, que venho agradece à Paróquia Nossa Senhora da Glória pela acolhida nesses quase um ano e quatro meses. Levarei sempre comigo o profundo sentimento de gratidão aos colaboradores mais próximos, bem como àquele dos quais só pude manifestar o amor de Deus pelo sorriso lançado ao longe, o que me faz lembrar o poeta Mário Quintana que dizia que quem não compreende um sorriso tão pouco compreenderá grandes explicações.
Aos Movimentos e Pastorais, às crianças, adultos e idosos, minha bênção. Aos jovens, a parcela do povo de Deus confiada a mim de forma específica pelo nosso Bispo D. Mario, meu amor e gratidão por todas as coisas que construímos juntos na Paróquia de Nossa Senhora da Glória, e por tudo o que construiremos ainda como Setor Diocesano da Juventude, a Paróquia de Canhoba e Amparo se torna extensão de vossas casas.
Peço as vossas orações para que possa de forma sempre mais pura refletir no mundo as palavras do saudoso Papa João Paulo I ao clero de Roma em 1978: "sentirem o sacerdote, que deles se ocupa, habitualmente unido a Deus é, hoje, o desejo de muitos bons fiéis. Raciocinam como o advogado de Lião, ao voltar de uma visita ao Cura d'Ars. "Que viu em Ars?", perguntaram-lhe. Resposta: "Vi a Deus num homem". São análogos os raciocínios de São Gregório Magno. Recomenda este que o pastor de almas dialogue com Deus sem esquecer os homens e dialogue com os homens sem esquecer a Deus. E continua: "evite o pastor a tentação de querer ser amado pelos fiéis em vez de o ser por Deus, ou de ser demasiado fraco por temor de perder o afeto dos homens; não se exponha à reprovação divina: Ai daqueles que aplicam almofadas a todos os cotovelos (Ez. 13, 8). O Pastor — conclui — deve pelo contrário procurar que o amem, mas com o fim de se fazer ouvir, não para servir-se deste afeto para utilidade própria" (Cfr. Regula Pastoralis, 1, II, c. VIII)."
Na alegria de servir e amar, é que nos colocamos nas mãos de Deus e buscamos fazer a sua vontade, pois como me lembra sempre o meu lema Sacerdotal: "Eu te estabeleci luz para as nações" (At 13, 47), deixemos então que a luz de Cristo em mim possa brilhar sobre outros povos!

Nossa Senhora da Glória, 05 de maio de 2012, na Quinta-feira da Instituição da Eucaristia e do Sacerdócio.

Pe. Murilo de Morais Silva

Busca